29.6.13
O que muda com o segundo # 5
Demoras duas horas e meia a preparar tudo para saíres de casa - mas não consegues sequer pentear o cabelo (quanto mais maquilhar-te ou vestir roupa que faça sentido)
28.6.13
O que muda com o segundo # 4
Finalmente compreendes o conceito de cadeia alimentar: és tu a tentar jantar ao mesmo tempo que enfias umas colheradas de sopa mais ou menos perto da boca do primogénito e dás de mamar ao mais novo.
27.6.13
O que muda com o segundo # 3
O primogénito cresce 3 metros nas 48 horas que estás fora de casa, entretida a parir o mais novo.
26.6.13
O que muda com o segundo # 2
Com o primeiro, rapidamente voltaste a caber naquelas calças tamanho "menos-que-zero"
Com o segundo, um mês depois a tua barriga ainda não sabe que já não estás grávida.
25.6.13
O que muda com o segundo # 1
Os momentos de contemplação passados a adorar a pequena criatura diminuem drasticamente, sendo em grande medida substituídos por tarefas domésticas que tenham que ver com roupa: lavar roupa, engomar roupa, estender roupa, separar roupa, arrumar roupa e um "all-time favourite" - apanhar roupa do chão.
24.6.13
1 M.
A M. nasceu há um mês.
E eu que nunca sonhei em ter uma filha - que, aliás, temia ter uma filha - dou por mim a chorar ao som disto:
Malditas hormonas...
21.6.13
19.6.13
O parto segundo o L.
Diálogo entre dois gajos, sendo um deles o meu marido:
- "Então e o parto, custou muito?"
- "Eh pá, até foi fácil! Ela passou o tempo todo deitada e ainda por cima deram-lhe drogas!"
...
17.6.13
Primeiro voo a solo
Hoje é o primeiro dia de escola do A.
É o seu primeiro voo a solo, o primeiro desafio "out there". E é um desafio também para mim, confesso.
Eu nunca andei em colégios nem infantários. O meu mundo era o pátio e o quintal da casa dos meus avós, o poço, a pia, a caseta e o galinheiro, por isso não posso recorrer à minha própria experiência. Sei o que me custou a escola primária (e o ciclo!) e conheço vagamente a experiência do L., contada em jantares de família.
Consta que o L. abominava o colégio - a mãe era professora primária e o puto não percebia porque não podia ir com ela para escola - e fechava-se no carro sempre que o pai o ia levar, deixando o pai de fora, furioso com as explosões dramáticas do rebento. Ou gritava "Ele vem aí!" enquanto fugia pela casa e fechava as portas para o pai não o poder apanhar...
O meu primeiro desafio? Imagino que tenha sido as primeiras férias a sós com o meu pai. O meu irmão tinha um ano quando os meus pais se divorciaram, por isso demasiado pequeno para tais "aventuras". Eu tinha cinco.
Esta experiência espero nunca ter de a partilhar com os putos.
O mundo do A. está a crescer com ele e os desafios estão só a começar. Espero que consigamos fazê-lo sentir que haverá sempre um sítio para ele voltar a ser pequenino sempre que quiser.
13.6.13
Santo António
Casámos no dia de Santo António, faz hoje 4 anos.
Bem a propósito, porque durante algum tempo acreditei que só o Santo Casamenteiro iria conseguir tal milagre.
Foi um grande, longo e algumas vezes sinuoso caminho. Mas "agora sei qual a razão porque nasci".
11.6.13
Dilema
Data: Domingo
Hora: 23h45
Local: na minha cabeça
Dilema: Cerejas ou batatas fritas?
"Eh pá, estou cheia de fome. Isto de alimentar pequenas criaturas transforma-me no Godzilla do frigorífico....
Vou comer cerejas. Sim, cerejas é uma boa opção, saudável, fresca e nutritiva. Se bem que o que me apetece mesmo é batatas fritas... Não, vou comer cerejas, vou resistir à tentação. Tu não hás-de vencer!
Cerejas.
Só uma batatinha pequenina. Pronto, duas...
E cerejas. E mais umas batatinhas. As cerejas ajudam a equilibrar, por isso mais umas batatinhas também não fazem mal.
A Criança come como um alarve, por isso eu também preciso de comer..."
Solução:
9.6.13
Nem de propósito...
Sobre a escrita:
There is no shortage of good days. It is good lives that are hard to come by.
A life of good days lived in the senses is not enough. The life of sensation is the life of greed; it requires more and more. The life of the spirit requires less and less; time is ample and its passage sweet.
Who would call a day spent reading a good day? But a life spent reading — that is a good life. A day that closely resembles every other day of the past ten or twenty years does not suggest itself as a good one. But who would not call Pasteur’s life a good one, or Thomas Mann’s?
Retirado do livro The Writing Life. Podem ler o texto na íntegra aqui
O Blogue
Não é nada que nunca me tenha passado pela cabeça.
Aliás, não é sequer nada que nunca tenha experimentado. A primeira experiência foi demasiado confessional e - claro está - destinada ao caixote de lixo cibernético. Claramente não foi a última.
É como uma fatalidade: gostar de ler, de livros, de viver vidas de papel leva muitas vezes a tentativas de escrita mais ou menos adolescentes. Muitas vezes é mais que isso - é uma verdadeira necessidade, está lá, não pode ser ignorada e dá origem a quilómetros de tinta sobre centenas de páginas.
Durante anos foi assim - escrevia para me pensar. Acho que me deixei disso no último dos grandes cataclismos.
Agora, o desafio vem cá de casa. Conhecida pelos meus maus fígados, o L. tem-me desafiado para fazer um "blogue de dizer mal". Imagino que na esperança de que assim sobre menos "maledicência" para ele aturar. Ele, que na verdade é a pessoa solarenga desta dupla e merece mais mel e menos fel.
Portanto, um "blogue de dizer mal". Não um "mommy blog"
But...
A licença de maternidade ainda no início, aliada à existência do Crianço e da Criança e ao meu cérebro de ervilha pós-parto vão dar-me muitas razões para diatribes sobre as alegrias da maternidade e da criação de pequenas criaturas.
Com licença para dizer mal, bem entendido.
A Casa
Cá em casa somos quatro.
Eu, o L., o Crianço e a Criança.
O Crianço tem dois anos. A Criança é uma aquisição recente - chegou cá a casa há apenas 15 dias.
O L. é mais crescido e não é meu filho - embora por vezes se comporte como tal.
O grande desafio destes dias tem sido perceber como transformar um triângulo num quadrado.
8.6.13
@ 34
34 anos.
Um marido, um Crianço, uma Criança.
Não foi nada disto que imaginei para mim quando tinha 16.
"Isto" é muito melhor que qualquer vida imaginada. Not bad - not bad at all!
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